Diferente de outros microrganismos disponíveis no mercado para controlar as larvas, as bactérias não afetam outros insetos e organismos que vivem no solo ou na água.
Por G1 MT
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Grupo de pesquisa da UFMT criou larvicida com bactérias do Pantanal que matam larvas do Aedes aegypti — Foto: UFMT/Assessoria
Um grupo de pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) criou um larvicida que mata larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue, zika, Chikungunya e febre amarela.
A pesquisa foi divulgada nessa quarta-feira (10) pela instituição.
Segundo a UFMT, as bactérias, algumas encontradas no Pantanal Mato-grossense, produzem compostos tóxicos capazes de eliminar as larvas do Aedes.
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Aedes Aegypti, mosquito que transmite a dengue — Foto: Reprodução/EPTV
Diferentemente de outros microrganismos disponíveis no mercado para controlar as larvas, as bactérias Bacillus spp estudadas no trabalho, conhecidas como Bacillus paranthracis, Bacillus safensis e Bacillus velezensis, não afetam outros insetos e organismos que vivem no solo ou na água.
A ação larvicida se deve a compostos produzidos pelas bactérias, o que facilita o processo de produção, armazenamento e transporte.
De acordo com o professor e líder do grupo de pesquisa, Marcos Antônio Soares, o trabalho demonstra a importância do Pantanal como repositório de uma biodiversidade de microrganismos com importância industrial e média.
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Larvas de Aedes aegypti mortas pelas bactérias do pantanal, alvo de estudo da UFMT — Foto: UFMT/Assessoria
Para o docente, ‘os resultados confirmam a necessidade de preservar esse bioma e o incentivo de pesquisas na busca de microrganismos pantaneiros’.
A execução do projeto conta com a colaboração de outros pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Embrapa Amazônia Ocidental e o artigo faz parte do doutorado da servidora da UFMT, Silvia Falqueto.
Queimadas no Pantanal
Em 2020, o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) registrou 4,350 milhões de hectares incendiados no Pantanal em 2020, ou seja, 30% do bioma.
A Comissão Externa de Proteção dos Biomas da Câmara dos Deputados concluiu um relatório sobre as causas e soluções de prevenção aos incêndios que devastaram o Pantanal no ano passado.
O relatório aponta a participação humana na maioria dos incêndios registrados na região do Pantanal neste ano. Além disso, diz que a falta de atuação do governo federal e o clima atípico também contribuíram para a devastação de 33 mil km² de área.